quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Um pouco de mim

Hello, girls. 

Nunca tive dificuldades para expressar meus sentimentos. Apesar da minha seletividade acerca de para quem valha a pena que eu expresse as coisas com clareza.  

Mas quando penso e falo sobre nosso relacionamento é mais delicado.

O que dizer sobre mim, enquanto pai, sendo ignorado pelas filhas. 

Minha vida é muito triste em aspectos relevantes e em certos sentidos por causa disso.

Contudo, entendam que não tenho condição de me enfraquecer por algo que não é uma escolha minha.  

Sei que o objetivo é me causar dor. E, certamente, causa. Porém, acredito que essa vontade não é nata em vocês. Ela é um sentimento plantado e cultivado em vocês. Isso é o que mais me incomoda. É de uma pequenez sem tamanho.   

Enquanto, do meu lado, na minha casa e na minha família, cultivamos o amor, o perdão e a busca por unidade e fraternidade, vocês fazem questão de se manterem afastadas de mim e de alimentar sentimentos ruins, que sequer são capazes de expor de uma maneira clara. 

Por quê? 

Bem, saibam que eu sou só saudades das duas. Independentemente do quanto possam me ignorar. 

Começo agora a me sentir um verdadeiro advogado trabalhista, um pouco mais preparado depois de dois anos de muito estudo. Tenho estudado muito e sempre desde o primeiro dia que entrei no escritório. Desde o momento que decidi construir uma carreira diferente da que eu sempre tive. É bem difícil se reinventar, ainda mais no Brasil. Ainda mais na idade que estou. Mas começo a ter um pouco mais de bagagem, preparo e experiência. Espero que daqui algum tempo possa estar numa condição profissional melhor. Espero que isso possa me dar um retorno financeiro mais consistente no futuro para poder ajudar vocês melhor e, quem sabe, poder fazer uma visita novamente.

Preciso que entendam que, neste momento, as coisas ainda estão, simplesmente, limitadas para mim, financeiramente falando. Principalmente agora, com a Vivi retomando um tratamento de saúde. Mas saibam que daquilo que ganho, mais da metade é para vocês. É pouco, eu sei, especialmente considerando o problema cambial. Mas é o que estou podendo agora filhas. Fico triste por vocês me julgarem mal por este motivo (inclusive). 

Tenho esperanças sempre que um dia entenderão que esse distanciamento da parte de vocês foi um grande erro e, então, venham me procurar com o coração aberto para a gente passar toda essa situação a limpo. Estou sempre esperando esse dia. Espero e peço que pensem nisso. 

É isso, meus amores. 

Amo vcs duas. Muito.

Um beijo carinhoso de boa noite em cada uma. 

Papai

 



domingo, 13 de novembro de 2022

18 anos

 Bom dia.

Sinto que eu tinha tanto para falar para vocês duas, mas que as palavras me faltam. 

Ou, talvez, simplesmente as palavras não saiam mais. 

Saibam que eu gostaria de abraçá-las com ainda mais intensidade do que de costume e dizer com carinho nos seus ouvidos o quanto eu as amo e lhes desejo uma vida cheia de alegrias, saúde e realizações. 

Sejam muito felizes sempre. 

Feliz aniversário. Que seu dia seja especial. 

Um beijo.

Maurício

quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Bicentenário da Independência

Bom dia, meninas. Às vezes, deixo de escrever as coisas no WhatsApp para vocês porque percebo aquilo que notei agora: vocês nem sequer leram a minha última mensagem (28/08). Então, concluo que o meu contato não é importante de maneira geral. Ainda assim, acredito que saibam que estou sempre com as duas em meu coração, independentemente se optei por não ficar mais "importunando" com mensagens que parecem não serem benvindas. Contudo, acho importante que saibam que essa opção por me ignorarem é algo que transmite um significado sim, mas lhes trará mais mal do que é capaz de causar a mim. A minha vida já enfrenta dificuldades inúmeras e o fato de vocês me ignorarem é só mais uma coisa num oceano de adversidades. Adversidades que eu tenho optado por superar de uma forma que, confesso, ainda não sei claramente qual vai ser. Porém, mesmo com todas as dificuldades, não me resta outra opção senão lutar, porque, do contrário, a outra possibilidade seria desistir, e desistir seria morrer, o que não me atrai. Mas imagino que, para ignorar algo, é preciso primeiro usar força para negar a coisa ou a pessoa. E isso significa que vocês precisam pensar em mim primeiro para somente depois me ignorarem. Assim, é preciso criar um impulso negativo toda vez que optam por fazer isso. Acredito que a tendência é que isso lhes traga coisas negativas. Fico triste por este motivo. Não quero alimentar um ciclo de energia negativa. É por isso (também) que opto por não mandar mensagens pelo WhatsApp, mas escrever cartas aqui no blog. Aqui eu tenho um livro da nossa história que um dia vocês lerão e terão suas conclusões. Não é nada, mas é tudo que nos restou. Ou o que restou de mim para vocês duas. Beijo. Até qualquer hora.

domingo, 19 de junho de 2022

Um poema para vocês duas

English poem
For foreign daugthers
To you, Ma and Lu
An old song
To sing again
Dance to me
Love for us
Smile no gain
Free hugs for all
And have no pain
See you soon
On the highway
There’re some bridges
That we cross alone
There’re some loves
That we taste away
Love you 2
Forever and ever
I’ll be waiting for y
This life or next

quinta-feira, 16 de junho de 2022

O papai morreu

 

Olá, meninas. Espero que vocês duas estejam bem.

Desculpem-me pelo título dramático. Mas essa é a conclusão do momento que passamos.

Desde o nosso último encontro, em 11/06/2022, passei por uma montanha russa de sentimento tristes e duros, que mesmo no pior dos nossos momentos ainda não tinha experimentado. Deparei-me com a falência absurda de uma relação que poderia (e deveria) ser linda. Deparei-me com uma frieza de sentimentos e de uma completa falta de clareza no trato com as relações humanas, que eu não reconheço nos frutos caídos do meu pé.

Sei que a vida nos separou. Sei que a minha separação da sua mãe me levou para longe de vocês. Sei que a ida da sua mãe para os Estados Unidos nos distanciou drasticamente e não permitiu que vocês crescessem próximas de mim. Sei que isso me colocou distante de vocês duas. Mas nem de perto, num relacionamento mantido por pessoas sadias, isso teria sido motivo para as coisas se processarem conosco da maneira como se processaram.

Eu sei disso porque tenho o exemplo vivo dentro de casa, que é a Eduarda. Ela também cresceu longe do pai, mas mesmo assim manteve e mantém com ele (e com a família dele) uma relação bonita, próxima, respeitosa, intensa e carinhosa. Esse deveria ser o normal, mesmo em famílias de pais separados. Estamos no século 21.   

Reconheço bem a origem disso tudo na mente perturbada que as direcionou para tantas coisas, inclusive para serem um instrumento de vingança barata e punição sem sentido. Teria admirado sua mãe pela fortaleza dela em reconstruir uma vida fora do país com filhas pequenas (mesmo que possa ter contado com toda estrutura diferenciada que teve), se ela não fosse o poço de rancor que é e, especialmente, por manipular seus sentimentos por mim de uma forma tão horrível. Se vou carregar uma culpa na minha vida, será não ter demonstrado judicialmente a alienação parental que sofri. Sofri não, sofremos, porque vocês também sofreram.

Chorei pouquíssimas vezes tão sentido e dolorido como no sábado, após nosso almoço. Chorei daquele jeito por perder meu pai, já muitos anos depois dele ter morrido, quando me dei conta do tamanho da falta que ele me fazia. Chorei daquele jeito pela morte do Dr. Adilson, um homem que foi como um pai para mim. Chorei muito sentido pela morte do meu cunhado Zé Antônio, porque ele também representou uma figura paterna minha e a morte dele foi uma grande perda. Chorei daquele jeito quando me despedi de vocês, no dia que vocês iam embora viajar para morar nos Estados Unidos. Choro assim sozinho, de repente, do nada, quando alguma coisa me faz lembrar o buraco que tenho dentro de mim da falta que sinto de vocês duas. E chorei agora, nesse sábado, depois de as encontrar.  

Minhas filhas, não posso mais sofrer por não poder ser o pai amoroso que gostaria de ser e de ter sido porque me separei da sua mãe e vocês são usadas como instrumento de punição por isso. Também já não posso obrigá-las a manterem uma relação saudável e normal comigo sem que haja desejo e sinceridade recíprocas. Ver vocês duas indo embora no sábado sem um abraço, um carinho, depois de mais de dois anos sem nos vermos, foi como uma despedida para mim. Uma despedida de alguém que perde uma pessoa extremamente querida. Eu me dei conta de que perdi vocês. No meu coração, foi como se eu tivesse morrido para vocês.  

Mas, no atual estágio da minha vida, eu tenho que ser prático. Eu não tenho tempo para ficar paralisado. Eu não posso me dar ao luxo de me deprimir. E a maturidade me recomenda que eu não devo carregar uma culpa por algo que não fiz. Se acham que eu as abandonei, então digam, vou explicar. Se acham que não as amo, então me abracem, e serão capazes de sentir o maior amor do mundo.

Infelizmente, a responsabilidade por vocês não terem tido uma relação comigo e com a minha família vai ter que ser resolvida entre mãe e filhas. É isso mesmo, diretamente na raiz de todos os problemas. Freud explica sempre!

Eu mesmo sei que parte dessa responsabilidade é minha, porque me submeti de muitas formas a sua mãe. Aceitei que os ursinhos que eu dei para vocês lembrarem de mim quando vocês partiram do Brasil foram deixados aqui. Tolerei quando ligava na casa de vocês e sua mãe as chamava se referindo a mim como “o Maurício no telefone”. Permiti jamais ter tido um dia de férias com as minhas filhas que tem 3 meses de férias no calendário escolar americano. Tolerei por anos só falar com vocês se ligasse no telefone da sua mãe, mesmo muito tempo depois de Steve Jobs já ter nos disponibilizado o Facetime.

Não entendi porque combinar um almoço comigo para me verem e sequer me darem um beijo ou permitirem um abraço, depois de mais de dois anos sem nos vermos. Vocês repararam que nós não nos tocamos?????? Mais de dois anos separados e nós não nos tocamos!!! Aliás, vocês não permitiram que eu chegasse perto das duas, diga-se. A Marina não falou comigo!!! Por que o almoço então? Para justificar virem ao Brasil para viajar para Foz do Iguaçu e Natal e não passarem um dia com seu pai? Desculpem, girls, mas isso chega a beirar algo patológico. E, quando vocês pagaram sua parte da conta do nosso almoço enquanto eu fui ao banheiro, mesmo sabendo que eram minhas convidadas e que aquele seria o único presente que eu ia poder dar para vocês, tive certeza de que aquilo tudo tinha sido muito bem planejado por alguém. É desprezível tudo isso que nos fazem passar, minhas filhas. Para dizer o mínimo. Sempre fui reticente em confrontar sua mãe, por 2 motivos: 1) ela é excelente em se fazer sempre certa; 2) sempre que eu a enfrento ela me afasta de vocês.

Mas, é isso. A vida continua. Como lhes disse, estou absolutamente focado em reconstruir a minha vida profissional, recomeçando nova carreira já numa idade madura. Preciso me dedicar muito se eu quiser que daqui uns anos eu possa ter de volta algo próximo da estabilidade financeira que um dia eu já tive. E, de posse dessa melhor condição, que está longe ainda da minha condição atual, imagino que talvez eu possa me reaproximar de vocês, num outro estágio das suas vidas. Indo visitá-las de novo nos Estados Unidos, num momento que vocês estejam mais maduras e independentes, e que eu possa contribuir mais com uma ajuda efetiva prestada diretamente para as duas.

Agora, se esse projeto não der certo, e mesmo até lá, gostaria que vocês entendessem que o amor não se compra com dinheiro, valores pessoais não se forjam com matéria e relações humanas não se constroem com posses. Ou vocês constroem uma relação sincera, carinhosa e respeitosa com o seu pai, próxima e amiga, independente da questão financeira, ou não teremos relação. E se a relação comigo não fizer falta, eu também vou entender. Mas que venha de vocês, então. Não posso obrigar ninguém a querer estar comigo. Aliás, jamais obriguei ninguém a nada.  

E fico muito feliz que vocês possam pagar sua própria conta de restaurante, pois isso me diz que vocês estão tendo suas necessidades supridas, independente de minhas condições escassas neste momento. E isso não é uma vergonha para mim, porque só eu sei o quanto estou lutando para lhes fornecer o pouco que lhes dizem que eu estou fornecendo. E também espero que o passeio em Foz do Iguaçu e Natal seja maravilhoso, mesmo que vocês não venham na minha casa há, sei lá, mais de cinco anos???

Filhas, como eu já escrevi uma vez, as portas da minha casa, do meu coração e da minha vida sempre estarão abertas, escancaradas para vocês duas. 

Mas agora é preciso que vocês realmente queiram entrar nessa relação de verdade.

Espero vocês. Até qualquer dia.

Com amor.

 

Maurício

sábado, 9 de abril de 2022

A crônica do Samer Agi

Paternidade Angustiada

A paternidade é o mais delicado conflito íntimo que carrego em minha vida. E, talvez, uma existência seja pouco para resolver definitivamente esta questão.

Sou o filho temporão de um homem forte e complicado, que viveu longe de casa na minha primeira infância, separou-se de minha mãe definitivamente na segunda e acabou violentamente assassinado na terceira. O tempo aliviou-me do peso da dor da sua perda e o perdão da raiva do facínora. Apenas incomoda o pedaço da carne que falta e me foi arrancada. A dor do membro fantasma é tal como a falta de um pai na minha vida. E, pelo visto, tornou-me alguém que não sabe exercer a própria paternidade.

Tenho duas lindas meninas. Hoje, duas belas moças. Duas gêmeas totalmente diferentes e umbilicalmente unidas para sempre. Mas a verdade é que só as tive porque se arrancou da minha entranha o sêmen que as gerou. Acho que o medo de exercer a paternidade possivelmente me impediu de seguir o fluxo regular da procriação natural e leve. Vivemos longe desde a primeira infância delas. Há algum tempo elas já demonstravam comportamentos esquisitos em relação a mim, como não me aceitarem em seu círculo de amizades em redes sociais. Hoje a situação está em tal ponto que elas sequer falam comigo.   

Também sou o “tio” de uma jovem mulher que recém ingressou na fase universitária. Nunca me intitulei “pai” dela, pois há um pai presente na vida dela, que eu respeito e preservo a figura porque sei como isso é importante. Coisas, aliás, que sinto que não tiveram o mesmo cuidado comigo em relação as minhas filhas. Bem, mas o caso é que a minha enteada agora fala comigo sobre como a arte e a natureza influenciam as formas dos edifícios dos mestres da arquitetura. Ela ainda não sabe o quanto fico orgulhoso quando ouço suas explicações. Ela também não conhece o meu “abraço de urso”.

Aprendi nas aulas de antropologia que mães colocam filhos no mundo, mas são os pais que apresentam o mundo aos filhos. Espero que possa mostrar alguma coisa boa para as minhas, sejam as de sangue, seja a do coração. Se não for possível mostrar nada pessoalmente, pretendo – pelo menos – deixar alguma coisa por escrito. Uma carta na garrafa da minha relação atormentada com a paternidade.

domingo, 27 de março de 2022

A missa de ontem

Minhas filhas, bom dia. 

Realmente espero que estas palavras as encontrem bem e com saúde. 

Ontem tive um dia especial e lembrei muito de nós e da nossa relação. Tenho tentado encontrar dentro de mim uma verdadeira existência que seja alicerçada na fé em Deus. E sei que vocês tem tido uma experiência bastante grande junto a igreja de vocês, inclusive de forma missionária. Fico muito feliz com isso por vocês. 

Na minha concepção da experiência espiritual, a crença no ser divino que convencionamos chamar de Deus não deve ser uma vivência que se tem restrita nas parede da igreja (aqui entendida como a mera edificação do templo). Precisa ser alguma coisa que seja maior do que só palavras vazias que dizemos da boca para fora. É preciso que seja um impulso motivador e transformador. Crer em Deus, ter fé Nele e, no nosso caso, viver os ensinamentos do filho de Deus, Jesus, é ato de prática diária e fator que influencia em nossas pequenas ou grandes escolhas. 

E quando digo que a prática da espiritualidade precisa ser diária é porque entendo que precisamos sentir a força da fé em cada passo que damos no nosso dia. Gosto de pensar que Deus age nos meus encontros casuais, nos desfechos das situações, nas minhas atitudes e falas. Oro para Deus permitir que os homens se tratem como irmãos, para que cuidem da terra como se fosse seu jardim do Éden, para que todos tenham saciada a sua fome física e existencial e que a humanidade experimente em vida o amor ao próximo que Jesus nos ensinou. 

Acredito que eu seja uma pessoa boa. Eu me esforço mesmo para ser. O fato de ser bom não significa que eu não erre. Há algum tempo tenho buscado encontrar dentro mim o verdadeiro sentimento da fé em Deus. Achar o sentido que Deus quer que minha existência tenha. Sempre acreditei numa força condutora divina que atue nesse nosso mundo terreno, nesse nosso plano. Acredito, em especial, na existência concreta do bem e do mal também e na reflexão acerca de nossas condutas. 

Contudo, confesso, tenho certas "mágoas" com Deus. E vou na igreja, por vezes, para "brigar" com Deus por tem virado as costas para o seu filho.  

Claro que, quando realmente penso bem e me dispo do meu imenso individualismo, olha ao meu redor e vejo que Ele jamais deixa de cuidar de mim. Mesmo nas dificuldades. E mesmo que eu seja um filho pródigo, Ele é um pai misericordioso, que sempre está pronto a me receber de braços abertos e dar todo seu amor, proteção e palavras de conforto e orientação. Ele é o pai que dá paz ao coração aflito de seu filho. O pai que eu não tenho. 

Ontem o evangelho na missa foi sobre a parábola do filho pródigo. Nos dias atuais, a Igreja não enfatiza como antes a atitude do filho pródigo, mas sim busca enaltecer a conduta amorosa que o pai misericordioso teve para com seu filho. Longe de mim querer me comparar a um pai que mereça louros e deva ser louvado e enaltecido. Mas ontem aquela parábola teve um sentido diferente na minha vida.  

Da mesma maneira como entrei ontem na casa de Deus e Ele me acolheu nos braços com amor, proteção e palavras de consolo, quero que vocês, minhas filhas amadas, semente da minha despercebida existência nesta terra, saibam que atrás da porta da minha casa há um mundo que as espera para celebrar seu retorno, repleto de incompletudes, mas muito mais infinitamente transbordante de amor, carinho, proteção e palavras de acolhimento e carinho. 

A importância de vocês e a saudade que sentimos é algo que só o um abraço vai fazer com que entendam quão grande é o tamanho da falta que as duas fazem.

Viver em Deus requer a experiência prática diária do amor ao próximo, da misericórdia e do perdão. 

Deus não quer famílias destruídas e separadas. Pensem nisso.

Bom domingo, um beijo amoroso e um abraço sempre de urso.

Papai Maurício

domingo, 6 de março de 2022

Um pedido de contato

Meninas, olá.

Escrevi esse título em 30/01/22 e deixei como rascunho.

Era para ser uma carta falando sobre o que eu estava sentindo nesse momento de extremo afastamento que estamos vivendo. Desde então, não consegui escrever mais nada. Não consegui escrever uma única frase no dia e nem nos dias seguintes. Até agora. E hoje quase que me "obriguei" a escrever para vocês. A minha tristeza e o vazio que sinto acerca do que a nossa relação se transformou devido ao distanciamento voluntário de vocês duas está matando meus sentimentos. Matando minhas lágrimas, minha saudade, minha dor, meu impulso de contato, minha irresignação com essa falta de contato e resposta das duas. 

Só não mata meu amor. 

Tenho me sentido muito afastado sim. É quase como uma vergonha de fazer contato, já que nunca sou atendido. Há, também, a decepção com o comportamento das duas, de me negarem uma conversa. Sei que essa conduta lhes é ensinada, mas a dureza das duas já está se incorporando na personalidade nessa altura do seu desenvolvimento.   

Acredito que Deus não esteja orgulhoso desse comportamento. Julgar sem conhecer toda a verdade. Dar as costas ao próprio pai. São atos que vão reverberar na vida toda de vocês. 

 

Hoje escrevei uma mensagem para as duas. É só para dizer que continuo por aqui. 

"Boa noite, meninas. Espero que vcs estejam bem. Eu tenho pensado muito em vcs. Ao mesmo tempo, não sei mais como ter contato com as duas. Sinto que as duas se mantêm habilidosamente fechadas a mim. Há algumas semanas tenho sentado para escrever uma carta, mas simplesmente não consigo. Já não tenho mais palavras e lágrimas. Não sei mais o que as duas pensam. Vocês se tornaram propositadamente uma foto na minha parede. E eu não sou nem isso para vcs. O que eu acho mais triste é não ter o direito de ao menos ouvir de vocês o motivo de tanto distanciamento. É triste não ser atendido pelas filhas, e não receber uma ligação também. Vcs não me dão o direito de conversar sobre as coisas. Sobre coisas boas ou sobre problemas. Acho estranho que eu não tenha possibilidade de saber o que vcs pensam também. Essa barreira que se colocou entre nós três é de uma tristeza sem tamanho. Amo vcs duas e estarei sempre aqui esperando um contato. Beijos e fiquem com Deus".  


Olhei o Instagram de vocês. Nunca entendi o por quê não me aceitaram na sua rede social. Ou aceitarem e depois excluírem. 

Querem me apagar da sua vida??

Por que????????