sábado, 11 de julho de 2020

Fotos de Vocês - Julho/2020




Telefonemas sem resposta

Oi Marina,
Oi Luiza,
Oi Luiza,
Oi Marina,
Minhas filhas,
Meus amores,
Meus dois rubros botões de rosa
Que desabrocharam num imaturo momento de minha vida.

Minhas queridas,
Boa noite!

Direto do meu escritório no Laços da Vida eu lhes escrevo.
Acabei de ligar para a Luiza.
Mais uma vez, meu telefonema foi recusado.
Provavelmente, não vou receber um retorno.
Não sei porque nunca me atendem.
Para a Marina eu nem tentei ligar. Já sei que não vai me atender mesmo.
Minutinho...
É... como eu imaginava... não atendeu mesmo.

Sua mãe, recentemente, mandou-me uma mensagem, dando notícias de vocês. E me dizendo que eu não ligava para perguntar nada.
Bem, decidi que não ia mais manter uma relação com vocês através dela. Se vocês, com 15 anos de idade, viajando sozinhas para seus jogos de vôlei e dirigindo um carro não souberem se querem falar comigo ou não, ou dependerem de sua mãe para isso, então ou são muito sem vontade própria ou não querem falar comigo.
Acredito que vcs saibam o que querem na maior parte do tempo.
Então, fazem questão de não me atender mesmo.

Vou esperar quando quiserem ter um relacionamento direto comigo, sem intermediária.
Bom, não sei da vida de vcs e nem vcs da minha vida. É uma pena.
Uma paternidade perdida até agora. Duas filhas que não ligam para o amor de um pai.
Porque eu sempre lhes dei amor. Apesar de estarmos longe na maior parte do tempo.
E eu sou tão calejado pela vida que sigo adiante.
Dor, tristeza, aflição, falta, medo e perda são coisas que sempre encarei tão de frente e francamente que não me afetam facilmente.
Há pouco tempo, falando de vcs com a Tia Lucila, eu chorei como poucas vezes. De vez em quando a dor da falta de vcs duas é muito intensa, mesmo para mim.
Mas eu sempre sigo adiante. Taurino... touro forte e persistente.
Vou cuidando das minhas queridas "velinhas". Elas precisam de mim... e eu tenho amor de sobra para dar a elas.
Talvez o amor que não encontrou destino em vcs.
O que eu falhei com vcs eu tenho me redimido nelas.
Acho que hoje eu seria um bom pai. Não fui quando vcs eram pequenas. Eu era muito imaturo. Não tive uma figura paterna na vida e não entendi bem o que era ser um pai. Desculpem. Agora entendo, mas não posso mais exercitar isso.
Se quiserem meu amor, meu carinho, meu afeto, sempre estarei aqui esperando. Pelo menos enquanto viver. E depois, estarei esperando vcs no paraíso.
Quem sabe o que será de nós amanhã? Ou daqui há pouco.
Sei que eu luto muito. Que tento ser bom. Uma pessoa boa. Mesmo que vcs façam questão de demonstrar a cada dia que não faço falta nenhuma.
Talvez não faça mesmo. Ao menos para vcs duas.
De qualquer forma, sempre peço a Deus que as proteja, que as abençoe, que cuide das duas e que lhes mantenham felizes. Vcs estão sempre no meu coração, pensamento e orações.
Vou postar umas fotos de vocês que recebi de sua mãe.
As duas estão lindas.
Tenho orgulho das duas. Mas me preocupo com a pessoa que se tornarão. Especialmente você, Marina. Cuide da sua sensibilidade filha, ou isso lhe trará muito sofrimento.
Um beijo enorme e amoroso para as duas.
Papai.